Afinal o final de semana tão esperado chegou. José estava sozinho no apartamento. Esposa e filha tinham ido para a praia. Ele, com a desculpa do trabalho, aproveitou para ficar sozinho. Sozinho sim, mas não desacompanhado.
Abriu o jornal e procurou nos anúncios uma acompanhante. Escolheu aleatoriamente. Acreditava na sorte. Ligou. Marcou hora. Esperou. A campanhia tocou.
Andrany só podia ser nome de guerra. Morena baixinha, pele rosada, voz macia. O final de semana prometia.
Beijos já na porta. Sussurros ao pé do ouvido. Toques. Carícias. Algo o deixou assustado. Da mulher emanava um cheiro adocicado e estranho que causava temor e desejo.
Levou a moça para o quarto. Na cama em que dormia com sua esposa notou que ela parecia bem mais forte do que aparentava. Após tórridas horas de prazer tentou em vão levantar e ir ao banheiro. Parecia preso à cama por algo viscoso e pulsante.
O susto o fez abrir bem os olhos para poder enxergar tentáculos saindo da boca, do umbigo e outros orifícios daquela mulher. Sentiu um tremor no corpo, uma vontade de chorar.
Quando a esposa e filha voltaram para casa no domingo à noite, encontraram o quarto do casal impecavelmente limpo, exceto por pequena mancha de sangue no lençol.
1 comentários:
Olá, amigos...
Adoro contos fantásticos! É difícil a escritura de contos curtos... Mas o que se poderia esperar do imaginário noturno, sempre tão rico e misterioso... É... salve Gilbert Durand!
Beijinhos,
Clau
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