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Acordou no meio da noite, bexiga cheia, rosto amarrotado e gestos lerdos. Tateou com os pés em busca dos chinelos, encontrou.
A mão fria com esmalte descascado, mas invisível no escuro, uma nesga de luz pálida brotava filtrada pela cortina, mas não clareava nada.
O hálito da madrugada, a porta do quarto e a sonolência. O barulho na janela. Ouviu. Escutou atentamente e achou que ainda era sonho.
Tentou abrir, descobrir, sempre fora corajosa... Encontrou ao toque da mão fria o frescor das raízes que brotavam pelas frestas da persiana e que já invadiam o quarto de dormir e o transformavam em um quarto de perecer.
Tentou gritar, tentou fugir, tentou escapar... Tentou entender.
Mas aquela madeira viva se entrelaçava nas carnes, penetrava orifícios e se enraizava em sua alma. Adormeceu.
Quando, por fim, libertou-se da dormência sentiu que estava repousando em um ventre cheirando a terra. Esperando a hora de brotar.
quinta-feira, maio 05, 2011
raízes...
Acordou no meio da noite, bexiga cheia, rosto amarrotado e gestos lerdos. Tateou com os pés em busca dos chinelos, encontrou.
A mão fria com esmalte descascado, mas invisível no escuro, uma nesga de luz pálida brotava filtrada pela cortina, mas não clareava nada.
O hálito da madrugada, a porta do quarto e a sonolência. O barulho na janela. Ouviu. Escutou atentamente e achou que ainda era sonho.
Tentou abrir, descobrir, sempre fora corajosa... Encontrou ao toque da mão fria o frescor das raízes que brotavam pelas frestas da persiana e que já invadiam o quarto de dormir e o transformavam em um quarto de perecer.
Tentou gritar, tentou fugir, tentou escapar... Tentou entender.
Mas aquela madeira viva se entrelaçava nas carnes, penetrava orifícios e se enraizava em sua alma. Adormeceu.
Quando, por fim, libertou-se da dormência sentiu que estava repousando em um ventre cheirando a terra. Esperando a hora de brotar.
Descrição
A noite e seus mistérios sempre embalaram os sonhos e as insônias.
Nas fibras mais íntimas da criatura humana as imagens relacionadas ao noturno sempre foram vinculadas tanto ao sagrado quanto ao profano. Assim é o imaginário noturno, um projeto saído de mentes inquietas e cheio de contornos imprecisos, caligrafia (in)tensa, e mãos trêmulas de nevoeiro. Abaixo das raízes uma noite sem fim impera...
Imaginantes
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